quinta-feira, 16 de abril de 2009

*Felicidade pega*

Achei muito interessante a matéria abaixo.
Daí a necessidade de,como fez a autora,compartilhá-la com todos !!!

"Existem pessoas que nascem de baixo-astral, sempre se queixando de

tudo, só falando de problemas"


FÁCIL não é, mas existem maneiras de procurar a felicidade. A primeira

Coisa -e a mais importante- é tentar só ter como amigos gente com a vocação

Da felicidade. É claro que às vezes eles passam por problemas, e devemos

Ser solidários nesses momentos. Mas existem pessoas que nascem de

baixo-astral, sempre se queixando de tudo, só falando de problemas e

tristezas. Se você conviver muito com pessoas assim, pode saber que vai

ficar mal. Aliás, gente assim só gosta de se dar com pessoas como elas;

quem, nascido com o DNA lá em baixo, vai suportar ser amiga de quem é feliz,

otimista, que vive rindo e achando a vida boa?

E não falo só de amigos: se o seu tintureiro se queixa o tempo todo da

vida, o professor de ginástica só conta desgraças, a faxineira, as doenças

dela e da família inteira, troque, mesmo com dó e piedade. Você tem que se

defender, e uma das maneiras é se afastar, fugir, não chegar nem perto.

Eu tive uma empregada que era excelente, e apesar de só se queixar e me

contar histórias trágicas (e antigas) -como morreu a avó há 50 anos, a

sobrinha que tinha um filho que estava preso, a irmã que pesava 110 quilos e

era diabética (tudo com riqueza de detalhes)-, fiquei com ela durante anos,

já que era uma ótima profissional. Mas um dia não deu mais. Fiz das tripas

coração e a demiti, com todas as vantagens da lei e muitas outras, para me

livrar da culpa. Mas fiquei pensando: será que ela vai encontrar outro

emprego? E se não encontrasse, a culpa seria toda minha, que deveria ter

sido mais paciente e tolerante, sabendo que a vida dela não era fácil etc.

etc. Mas sabe aquele dia em que não dá mais?

Pois não deu; assumir minha culpa não foi fácil, mas o que era para ser

feito foi feito.

Aí veio uma outra, que não deu muito pé, e antes que laços de amizade se

fizessem, dispensei. E aí veio a terceira, e minha vida mudou. Em primeiro

lugar, ela é uma pessoa de altíssimo astral. Bem casada, feliz com o marido,

e com um sorriso -quando não uma gargalhada- o tempo todo. Quando ela veio

pela primeira vez conversar comigo, me chamou logo de Danuza, não de dona

Danuza. Como desde que me entendo por gente as empregadas chamam as patroas

de dona, achei um pouco estranho, mas não tive nenhuma condição de pedir que

ela me chamasse de dona. Afinal, isso não tem nada a ver comigo. E assim

fomos indo: Danuza pra cá, Vanúzia (é o nome dela) pra lá, e a vida correndo

não só bem, como cada vez melhor. Ela me elogia, diz que o cabelo novo ficou

ótimo, e me confessou que adora Clodovil, Agnaldo Timóteo e não perde um

show de Fagner, sua grande paixão. Tudo isso me faz rir, e de repente

percebi que estava rindo o dia inteiro.

Ontem ela estava na área passando roupa, e de repente ouvi um som estranho.

Fui ver e era ela, com o ferro na mão, cantando; cantando alto uma música

que nunca ouvi, provavelmente do repertório de Alcione, e quando cheguei à

área ela me abriu um grande sorriso e perguntou "quer um chazinho gelado?

Você quase não toma água, e água faz bem, vou pegar um copinho para você".

Largou o ferro e me trouxe um chá bem gelado, e eu vi o quanto eu era feliz

de ter uma pessoa assim perto de mim. Uma empregada que canta e que na hora

de ir embora me manda um beijo; tem coisa melhor?

Vanúzia vai levar um susto quando ler esta coluna; é capaz até de mandar

emoldurar, mas ela merece, pela felicidade que me dá.

E descobri que felicidade e tristeza são tão contagiantes quanto o sarampo.

(Danuza Leao)

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