sexta-feira, 14 de maio de 2010

Arroz e feijão: uma dupla nutritiva e saborosa

Na mesa dos brasileiros, um prato típico e muito apreciado traz mais do que sabor. O tradicional arroz com feijão também é uma combinação perfeita do ponto de vista nutricional.

Historicamente, uma das hipóteses da origem do prato no cardápio brasileiro se deu por meio da miscigenação. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o arroz branco foi incluído na alimentação devido à forte influência portuguesa. Já o feijão, segundo publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), incorporou-se à culinária primeiro com os indígenas - que comiam a leguminosa com farinha, e depois com os negros escravos, que tinham o hábito de ingerir feijão em todas as refeições. Mas foi Dom João VI quem primeiro apreciou no Brasil a mistura que até hoje sustenta milhares de pessoas.
Nutrição em alta

Arroz e feijão são, de fato, uma dupla inseparável devido à riqueza de nutrientes. Aminoácidos que um não tem o outro possui, por exemplo. Esses alimentos se complementam. Segundo a Embrapa, um prato de arroz com feijão garante a absorção de mais de 80% da sua proteína.

“Além de ser uma excelente fonte de proteína, o arroz oferece carboidratos, vitaminas e sais minerais”, diz Luci Uzelin, coordenadora da Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). O cereal é campeão em vitaminas do complexo B:

* B1: garante o bom funcionamento do sistema nervoso e muscular e do coração;
* B2: importante para olhos, células nervosas e metabolismo de carboidratos, das gorduras e das proteína;

* B3: fundamental para manter a pele saudável, o sistema nervoso e o aparelho digestivo em bom funcionamento, além de contribuir para a diminuição do colesterol.

O alimento possui ainda fibras e metionina - aminoácido que ajuda a processar gorduras e preservar a função hepática. Segundo a Embrapa, os aminoácidos do arroz são mais nutritivos que os de outros cereais, como milho e trigo, e o alimento concentra menos de 1% de gordura.

O feijão também é fonte de vitaminas B1, B2, B3 e, ainda, de B9. Esta última colabora para o bom funcionamento do sistema nervoso e da medula óssea. Possui sais minerais - como potássio, ferro, fósforo, cálcio, cobre, zinco e magnésio - e lisina, aminoácido essencial (aquele que o corpo não produz, mas é necessário ao organismo), que contribui para o crescimento de crianças e adolescentes e para a restauração de tecidos.
Combinação saúdavel

O consumo desses alimentos juntos, traz mais benefícios à saúde que quando ingeridos separadamente. “Apesar de ser uma rica fonte proteica, o feijão guarda certa desvantagem isoladamente, pois o organismo não consegue digerir todas as proteínas que ele oferece. Porém, quando o alimento é consumido com outro cereal, como o arroz, o organismo consegue fazer a digestão de todas as vitaminas e proteínas”, afirma Luci.

O Guia Alimentar do Ministério da Saúde prevê a ingestão de arroz e feijão todos os dias. A dica da nutricionista para uma proporção ideal é uma porção de feijão para duas de arroz. O consumo diário desses alimentos também ajuda a prevenir doenças. A fibra do arroz e a do feijão reduzem o risco de distúrbios cardiovasculares, diabetes, câncer de cólon, entre outros. E mais: contribuem para um melhor funcionamento do intestino.

Outro prato que pode se tornar um inimigo nutricional é a famosa feijoada, com sua mistura de carnes: linguiça, toucinho, orelha de porco, rabo, pé, carne-seca, costelinha e lombo. A grande quantidade de gorduras se sobrepõe à riqueza dos nutrientes do feijão preto com arroz.

Uma boa notícia para aqueles que não conseguem abrir mão do prato é que já existe a versão light da feijoada. Basta eliminar a carne de porco e substituí-la pela carne seca magra. Evita a gordura sem perder o sabor.
Os mais pedidos

A dupla mais consumida pelos brasileiros no dia-a-dia é o arroz polido – popularmente conhecido como arroz branco – e o feijão carioca – com tom próximo ao bege, de grãos menores e mais claros que o tipo rajado (marrom). O arroz polido, porém, depois de descascado para tornar-se branco perde vitaminas e minerais. Já o feijão carioca, cujo nome nasceu das listras que lembram o calçadão de Copacabana, é rico em proteína, zinco, ferro e cálcio, entre outros minerais.

Embora menos populares, existem outros tipos do grão e da leguminosa que podem incrementar o cardápio sem deixar de lado a tradição e, sobretudo, os benefícios ao organismo.

Arroz parbolizado: ainda na casca, passa por um processo, sem agente químico, no qual é imerso em água aquecida sob pressão e exposto ao vapor e secagem. Desse procedimento resulta um grão com mais nutrientes em relação ao arroz polido, como vitaminas e sais minerais.

Arroz integral: não passa pela etapa de polimento, pois apenas sua casca é retirada. Daí sua coloração mais escura, o gosto mais acentuado e a textura mais dura após o cozimento. É mais nutritivo que o arroz tradicional por reter grande parte dos nutrientes que são eliminados no processo de polimento.

Arroz preto: cultivado na China há mais de 4 mil anos, é o mais rico em compostos fenólicos, benéficos à saúde, pois previnem o envelhecimento devido ao seu poder antioxidante. Possui 20% mais proteína e 30% mais fibra em relação ao arroz integral. Tem menos gordura e menor valor calórico.

Feijão-branco: é a variedade ideal para preparar saladas ou pratos mais elaborados, graças aos seus grãos de tamanho grande. Possui, em sua composição, amido resistente, ideal para queimar gorduras.

Feijão-preto: ajuda a controlar o colesterol e a hipertensão arterial. É bastante consumido na Região Sul e nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Feijão-de-corda: também conhecido como feijão-caupi ou fradinho, é fonte de proteína e energia, razão pela qual faz parte da dieta alimentar da população de países subdesenvolvidos. O Brasil está entre os maiores produtores e consumidores mundiais.
Fonte Autorizada:http://www.einstein.br/EspacoSaude

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