quarta-feira, 27 de maio de 2009

Osteoartrose

ARTICULAÇÕES

Articulação é definida como a ligação ou a união de dois ou mais ossos, permitindo o movimento entre as partes articuladas.

Algumas articulações são quase rígidas e permitem pouco movimento, porém a grande maioria permite aos ossos se movimentarem um em relação ao outro.

Vários critérios podem ser usados para classificar o grande número de articulações do corpo. Dois deles são os mais usados:

* De acordo com o tecido que conecta as articulações;
* De acordo com o movimento realizado pelas articulações.

OSTEOARTROSE

Introdução

A osteoartrose, doença articular degenerativa, é seguramente a afecção reumatológica de maior importância clínica, não só por ser o mais freqüente dos reumatismos como pela incapacidade funcional que acarreta um forte impacto sócio-econômico. Em 1992, a Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou que, a denominação "doença articular degenerativa" deveria ser abandonada e passar a ser adotada a denominação "doença articular degradativa".

Os casos de osteoartrose são maiores após os 60 anos e aos 75 anos acomete cerca de 70 a 85% dos indivíduos, com variáveis graus de sinais clínicos.

É uma doença caracterizada por mecanismos de degradação conduzidos por células e por processos de reparação da cartilagem.

O tratamento da artrose adquire uma importância adicional pelos seguintes fatos:

* O número crescente de idosos em nosso país, estimando-se para cerca de 30 milhões nos próximos 20 anos;
* A incapacidade de função e as implicações sócio-econômicas, no Brasil, são responsáveis por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho;

FATORES DE RISCO

* A idade: Durante muitos anos, a artrose tem sido relacionada com um processo ligado ao envelhecimento. Os casos novos de artrose aumentam com a idade até um ponto máximo que se situa ao redor dos 80 anos. A partir desta idade, o número de casos novos se estabiliza e até diminui.
* Sexo: As relações entre o sexo e a artrose não estão claramente estabelecidas e são variáveis segundo o tipo de articulação. Ainda que homens e mulheres sejam afetados igualmente pela artrose da bacia, existe um claro predomínio feminino na omartrose (artrose do ombro) e na gonartrose (artrose do joelho).
Nota-se um nítido predomínio no sexo feminino, na época da menopausa, incluindo seus sintomas, geralmente entre os 45 e 50 anos de idade. Nos indivíduos do sexo masculino, o aparecimento dos sintomas da doença se dá um pouco mais tarde, em torno dos 60 anos.
* Os fatores genéticos: Nos últimos anos, vários estudos, vêm confirmando a provável participação genética /hereditariedade na osteoartrose, isto significa que o paciente pode ter herdado um terreno de maior suscetibilidade para desenvolver esta doença.

FATORES METABÓLICOS:

Certas patologias, como por exemplo a gota, podem fragilizar a cartilagem articular e iniciar a artrose.

FATORES MECÂNICOS:

O papel dos fatores mecânicos é manifesto e sem dúvida primordial. Está demonstrado pelos estudos microscópicos dos tecidos onde se observa as fraturas da rede de colágeno. Trata-se de fissuras que partem da superfície da cartilagem, estendem-se em profundidade e soltam fragmentos de tecidos.

Principais formas de Osteoartrose

As artroses podem ser classificadas em:

* primárias, quando sua causa é desconhecida;
* secundárias a diversas patologias mecânicas, inflamatórias e/ou metabólicas que podem determinar modificações de desequilíbrio estrutural do tecido cartilaginoso articular. Neste caso o fator desencadeante é reconhecido.

As articulações mais atingidas pela artrose são: coluna cervical e lombar, joelhos, mãos, quadris e pés. Outros acometimentos mais raros e, geralmente, nas formas secundárias são: punhos, cotovelos, ombros e tornozelos.

Principais formas:

* OA de joelhos (Gonartrose)

É a localização mais comum das artroses periféricas, predominando no sexo feminino entre 51 a 60 anos.

Esta relacionada com fatores de risco como: a obesidade, os defeitos na postura da articulação e certas atividades que exigem flexão prolongada e repetida dos joelhos.


A sintomatologia é variável, indo de dor até um quadro de dores insuportáveis, havendo correlação com a gravidade das lesões.

A dor aparece quando a junta é mais utilizada (movimento). Porém, com a evolução, surge aos pequenos esforços e mesmo durante o repouso.

É bastante característica a dor que surge quando o paciente sai do repouso e que melhora depois de alguns passos (ritmo artrósico).
* OA de articulações das mãos

A artrose das articulações interfalangianas distais levam a formação dos nódulos de Heberden e nas interfalangianas proximais dos nódulos de Bouchard.

Estão associadas a um componente hereditário e podem ser classificadas como osteoartrose nodal localizada ou generalizada. São mais freqüentes em mulheres a partir de 50 anos.

Às vezes se desenvolvem sem muita dor, a evolução é lenta podendo ocorrer sinais inflamatórios. Depois de evoluídos os nódulos se tornam assintomáticos quando passam a representar um problema mais estético que doloroso.

A rizartrose é outra localização importante da artrose nas mãos acometendo a articulação trapézio-metacarpiana (carpo-metacarpiana do primeiro dedo). Confere à mão aspecto "quadrado" muito peculiar, predominando no sexo feminino em torno de 60 anos. É incapacitante por dificultar a oponência do polegar e pela dor provocada pela sua adução (fechamento do dedo).

A presença de artrose em outras articulações das mãos e punhos é muito rara.
* OA coxofemoral (quadril)

É mais comum no sexo masculino. Em geral é primária por defeitos congênitos, mas pode ser adquirida ou secundária. A dor pode ser precedida, durante algum tempo, por dificuldades na marcha e de fadiga fácil do membro inferior.

Sintomas da Osteoartrose

A principal manifestação clínica da osteoartrose é a dor articular. Além disso, por ser a osteoartrose uma doença crônica de evolução lenta, seus sintomas iniciais se desenvolvem de forma discreta e mal definidos, passando desapercebidos na maioria das vezes. Neste início, a dor pode se manifestar como uma "dor leve" articular de curta duração, ou como a sensação de juntas "pesadas" ou ainda como uma "agulhada" ou "ferroada" passageira.

Essa sensação dolorosa, melhora com o movimento, com tratamentos caseiros ou mesmo espontaneamente, razão pela qual a grande maioria das pessoas não lhe dá a devida importância. À medida que o acometimento evolui, os episódios dolorosos se repetem com maior intensidade e duração, tornando-se nitidamente relacionados com o início do movimento articular (ao levantar-se uma cadeira, por exemplo). Nos casos mais avançados há perda total da cartilagem articular, situação que favorece o contato íntimo e o atrito de uma extremidade óssea contra a outra, determinado o aparecimento de dor intolerável ao mais leve movimento, deformidade e endurecimento da junta comprometida, que perde mobilidade parcial ou total. O enrijecimento articular pós-repouso ou matinal é comum de curta duração (no máximo de 30 minutos quando o caso não for muito grave).

Outros sintomas clínicos da osteoartrose que podem aparecer tanto no início quanto em formas mais avançadas são: aumento de volume, inchaço ou intumescimento das juntas afetadas, que pode ser temporário após o repouso ou ao acordar, calor local, e , muitas vezes, sinais de crepitação articular (ruído que aparece ao movimento como se houvesse areia ou pedras dentro da junta).

A osteoartrose é uma doença localizada na cartilagem articular hialina das juntas e portanto sem repercussão sistêmica ou em outros órgãos. Não causa febre, fraqueza, mal-estar ou emagrecimento. O paciente portador de artrose é, em geral, bem disposto e saudável.

Diagnóstico

As radiografias convencionais continuam sendo o método de escolha para estabelecer o diagnóstico das artroses, determinar sua extensão e gravidade, monitorar sua progressão e definir os candidatos à cirurgia reconstrutora.

Isto não significa que métodos como ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultra-som, não tenham lugar no estudo dessa patologia.

Ao contrário, os novos avanços tendem a demonstrar que num futuro próximo será possível identificar lesões cartilaginosas precoces e, assim, orientar um programa preventivo adequado.

Além disso, esses métodos poderão ser importantíssimos em circunstâncias específicas e no diagnóstico diferencial, facilitando a identificação de causas não-ósseas de dor e determinando o nível exato de lesões vertebrais e sua natureza.

A artroscopia pode diagnosticar a artrose, mas não permite avaliar a profundidade das lesões, além de ser um processo invasivo, só excepcionalmente poderá ser utilizada como método diagnóstico.

O laboratório continua de pouca validade no diagnóstico, ainda que haja uma constante busca de marcadores biológicos específicos de artrose no sangue, urina e líquido sinovial.

Link: www.reumatologia.com.br

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