quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O riacho e a mente

Um dia, Buda ia passando por uma floresta, era um dia quente de verão e ele estava sentindo muita sede. Disse então ao seu discípulo:

-Volta para trás. Nós passamos por um pequeno riacho apenas cinco ou seis quilômetros. Traz-me um pouco de água - leva a minha tigela. Estou sentindo-me cansado e com muita sede.

Ele já estava velho. O discípulo voltou para trás, mas quando lá chegou, tinham acabado de passar alguns carros de bois pelo riacho, enchendo-o de lama. As folhas secas, que tinham assentado no fundo, estavam agora boiando na superfície; já não era possível beber esta água - estava muito suja. Regressou de mãos vazias e explicou:

- Mestre, vai ter que esperar um pouco. Eu vou à frente. Disseram-me que uns três ou quatro quilômetros mais à frente há um grande rio. Vou lá buscar a água.

Mas Buda insistiu e pediu:

- Volta para trás e traz a água daquele riacho.

O discípulo não conseguia perceber a insistência, mas, se o mestre dizia, ele tinha que obedecer. Mesmo vendo o absurdo daquilo - tinha que voltar outra vez a andar cinco ou seis quilômetros, sabendo que a água não prestava para beber -, ele foi. E quando já ia se afastando, Buda disse-lhe:

- E não voltes para trás se a água ainda estiver suja, tu senta-te simplesmente quieto na margem. Não faças nada, não entres no riacho. Senta-te quieto na margem e observas. Mais cedo ou mais tarde a água vai ficar limpa outra vez e então podes encher a tigela e regressar.

O discípulo lá foi. Buda tinha razão: a água estava quase limpa, as folhas tinham-se ido embora, a poeira tinha assentado. Mas ainda não estava absolutamente limpa, por isso ele sentou-se na margem e ficou observando o riacho a correr, pouco e pouco, o riacho tornou-se cristalino.

Então o discípulo regressou a dançar. Ele tinha compreendido porque é que Buda estava insistindo tanto. Havia nisto uma determinada mensagem, e ele tinha compreendido a mensagem. Deu a água a Buda, agradeceu-lhe e tocou-lhe nos pés.

Buda perguntou:

- O que é que estás a fazer? Eu é que te devo agradecer por me teres trazido a água.

- Agora consigo compreender - disse o discípulo - primeiro, eu fiquei zangado; não demonstrei, mas estava zangado porque era absurdo voltar para trás. Mas agora entendo a mensagem. Era disto que eu precisava realmente neste momento. O mesmo acontece com a minha mente - ao sentar-me na margem daquele riacho, fiquei ciente de que o mesmo se passa com a minha mente. Se eu saltar para dentro do riacho, vou deixá-lo sujo outra vez. Se eu saltar para dentro da minha mente, cria-se barulho, mais problemas começam a vir de cima, para a superfície. Ao sentar-me na margem, eu aprendi a técnica. Agora vou sentar-me também ao lado da minha mente, a vê-la com toda a sujidade e problemas e folhas velhas e mágoas e feridas, memórias, desejos. Se me preocupar, vou ficar sentado na margem à espera do momento em que tudo fique limpo.

1 comentário:

Jaqueline Alves disse...

Olá Maria Lúcia, meu nome como já deve ter visto é Jaqueline, moro no Rio e estava pesquisando na internet sobre herpes labial e vi um forum no yahoo resposta, onde vc respondeu a uma pergunta sobre a vacina para herpes e disse que sua dermatologista lhe aplicou uma fórmula, a minha herpes é como a sua, causada também por stress e baixa imunidade e por causa do stress eu venho tendo muitas vezes, já não sei quantas vezes tive esse ano, mas já teve mês que tive 3 vezes e todas com mais de 1 semana de duração, pois isso estou aqui pois vi que o seu problema foi amenizado com essa formula, queria saber se sua dermatologia é no Rio, pois é tão dificil achar um bom profissional que já te dar uma solução ao invés de pedir várias consultas. Tenho um blog também se puder me passar o telefone da sua dermatologista ficaria muito agradecida, pois a maioria receita Aciclovir comprimidos é eu já tomei 2 vezes, mas continuo tendo quase todo mês.
Desde ja agradeço sua atenção! e Sua colaboração.
Meu blog é www.jaquelinealves.com