quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Convivência em família



O segredo da qualidade de vida e da saúde está nas relações afetivas interpessoais. Incluem-se nessas relações não apenas o casal, a família e os amigos próximos, mas todos aqueles com quem convivemos

A família é a célula básica da sociedade, o ambiente onde se desenvolvem as estruturas psíquicas, onde a criança forma sua identidade e amadurece emocionalmente. A família estabelece as funções e a hierarquia entre seus membros. É o espaço de confrontação de gerações e onde homens e mulheres manifestam suas diferenças e relações de poder.

Nem sempre é fácil o entendimento entre os membros da família. A rápida evolução da sociedade freqüentemente gera conflitos dentro da família e fora dela. É compreensível e natural


que os jovens e os adultos tenham uma visão de mundo diferente. O conflito entre gerações sempre existiu. Seria surpreendente se um adolescente pensasse como uma pessoa madura. Os jovens têm impulsos de rebeldia quando começam a formar seus próprios valores. Todavia, com o passar dos anos compreendem que os pais tinham razão em muitas coisas com as quais não concordavam no passado.

A experiência de vida e o amor dos pais pelos filhos são fatores importantes para o bom relacionamento familiar. Compete aos pais facilitar esse relacionamento com flexibilidade e espírito jovial. Educar com liberdade e ensinar a administrá-la com responsabilidade é a melhor forma para desenvolver a confiança e consolidar a amizade entre pais e filhos.

“É necessário respeito mútuo e reconhecer que as pessoas são únicas e diferentes. São essas diferenças que as tornam especiais”

Alguns conflitos são inevitáveis, mas muitos podem ser solucionados com um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e filhos exige escuta atenta, livre expressão de sentimentos e busca ativa de entendimento mediante negociação e compromisso. Não é fácil desenvolver a habilidade de comunicação, mas trabalhar para isso produz recompensas imediatas e a longo prazo.


A forma de comunicação tem um impacto muito grande na saúde física e mental dos membros da família, pois influencia na maneira como as pessoas lidam com as emoções. Pode afetar as atitudes, a auto-estima e a reação a situações estressantes. Se o prazer do relacionamento afetivo saudável for substituído por conflitos sem solução adequada, a família será sem dúvida infeliz.

Atualmente, um dos maiores conflitos entre pais e filhos se dá no aspecto material. O pai e a mãe que não dedicam muito tempo e atenção aos filhos, acabam tentando compensar sua ausência com recompensas materiais. Esses pais desconhecem que as crianças não desenvolvem suas relações apenas em termos de tempo, mas também pela forma como se desenvolvem essas relações.

Os pais que têm dificuldade de demonstrar afeto reforçam ainda mais os conflitos. A criança que percebe o sentimento de culpa ou a dificuldade dos pais em demonstrar afeto poderá manipular e fazer chantagem emotiva para obter mimos ou regalias.

Hoje, as famílias não são formadas apenas por pais, mães e filhos. Há diferentes núcleos. Existem mães e pais solteiros, filhos que precisam conviver com novos parceiros dos pais, avós que criam netos, casais separados com filhos e até casais homossexuais que adotam crianças.

Pais saudáveis são aqueles que vêem a educação e os conflitos familiares como algo que requer sabedoria, dedicação e amor para lidar com tão complicada tarefa. Os relacionamentos saudáveis não acontecem de forma mágica. É necessário respeito mútuo e reconhecer que as pessoas são únicas e diferentes. São essas diferenças que as tornam especiais. Há necessidade de reflexão e tranqüilidade para manter o equilíbrio de forças antagônicas que existem nas relações familiares.

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