quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Compreenda Melhor a Compulsão

A compulsão alimentar é como um iceberg. Ambos têm uma parte visível e outra encoberta. Comer de forma exagerada, sem sentir o sabor dos alimentos, sem escolher com critério o que se come, não é apenas sintoma de fome. É sintoma de distúrbios que precisam ser tratados para não se tornarem ainda mais graves. Para conseguir equilíbrio físico e emocional é preciso cuidar do corpo e da mente.

1- Num certo momento o compulsivo começa a perceber que algo está errado com ele e que sua vida precisa mudar radicalmente. Muitos dependentes de compulsão alimentar precisam ser alertados antes de buscarem ajuda para promover alguma mudança.

Apenas conscientização e boa vontade podem não ser suficientes para resolver o problema. Normalmente, a pessoa precisa de ajuda especializada, pois sozinha não consegue superar as dificuldades emocionais que levam à compulsão. Para alguns, isso é difícil, porque não conseguem



revelar suas fraquezas, nem querem demonstrar que precisam de ajuda.

2- Em geral o compulsivo não se pergunta sobre o verdadeiro motivo que o leva a comer tanto. Ao invés disso, tenta compensar os excessos com uma dieta no dia seguinte – o que nunca cumpre. É uma forma incoerente de lidar com suas necessidades.

Provavelmente, é dessa mesma forma que lida com as demais esferas da vida. Tem muita dificuldade em adotar um comportamento conseqüente, porque considera que o problema se resume a evitar novos ataques de compulsão. Acredita que tudo será resolvido com um esforço de auto-domínio.

3- O atendimento de expectativas próprias e dos outros faz parte da vida em sociedade. O compulsivo normalmente está mais preocupado em atender às expectativas dos outros, esquecendo-se das suas.

“Apenas conscientização e boa vontade podem não ser suficientes para resolver o problema. A pessoa precisa de ajuda especializada, pois sozinha não consegue superar as dificuldades emocionais que levam à compulsão”

É preciso saber respeitar os próprios desejos e necessidades. Ao mesmo tempo, aprender a lidar com as críticas que podem surgir, sem sentir-se eternamente culpado.


Exemplo: se você não deseja participar de um aniversário em família, poderá se ausentar, mas deve estar preparado para as críticas que certamente virão sem sentir nenhuma culpa.

É possível contornar o mal estar provocado pela ausência, fazendo uma visita num outro dia. Não se deve amortecer os sentimentos, pois se eles forem postos debaixo do tapete, mais cedo ou mais tarde causarão algum desequilíbrio emocional.

4- Dependentes de compulsão alimentar dificilmente aceitam que o caminho para alcançar a meta de emagrecer com saúde corresponda a um processo de desenvolvimento. Esse caminho é considerado um obstáculo desnecessário, pois o imediatismo faz parte de sua vida.

Os compulsivos se esquecem que para aprender uma língua, formar–se numa universidade ou aprender a dirigir um carro, são necessários meses ou anos de dedicação. Também se esquecem de que não ganharam excesso de peso em pouco tempo.

5- O compulsivo adota um esquema mental do tipo tudo ou nada, deixando prevalecer o sentimento de que tudo o que faz deve ser perfeito. Outros resultados menos perfeitos são considerados fracassos.

Assim, é natural que acumule muitas frustrações. Os pensamentos negativos dominam sua mente a maior parte do tempo, fazendo com que se sinta culpado até por coisas que não dependem dele.

Por essas razões, o compulsivo alimentar deve recorrer não só à ajuda de um nutricionista, mas também de um psicólogo ou psiquiatra. Provavelmente a sua maior fome não seja por alimentos, mas sim por outras necessidades mais amplas da vida.

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