| É natural que as pessoas às vezes sintam-se tristes, desanimadas, pessimistas ou de mau humor. São reações inevitáveis diante de tantas situações de perda e frustrações vividas ao longo da existência. Porém quando esses sintomas persistem por semanas, meses ou anos, e a pessoa perde a capacidade de sentir prazer, tudo indica que não se trata de um simples estado de tristeza, e sim de depressão. Do ponto de vista psicanalítico, a depressão corresponde a um sentimento de perda intenso, de fundo real ou imaginário. Mesmo quando a perda é real, a pessoa deprimida tem uma sensação de perda muito |
|
| mais profunda.
O comportamento do depressivo caracteriza-se por humor irritável, sentimento de desesperança ou desamparo, e pensamentos ruins, com tendência, em alguns casos, até mesmo ao suicídio.
“A terapia é importante para que a pessoa possa reeducar-se e aprender a lidar com suas dificuldades pessoais. A recuperação é lenta e o apoio familiar é fundamental” | | Pode ocorrer queda do desempenho mental, dificuldade de atenção ou de concentração, lentidão motora, insônia ou sonolência excessiva, aumento ou redução do apetite, e anedonia, que é a incapacidade de sentir prazer em atividades normalmente prazerosas. Alguns depressivos sentem dores no corpo, principalmente na cabeça e nos ombros, além de distúrbios gástricos e intestinais. |
A doença pode se apresentar com diferentes graus de intensidade, indo de leve a grave. Com intensidade leve, a pessoa costuma sentir sintomas passageiros, que aparecem e desaparecem ao longo do tempo. Por isso mesmo raramente procura tratamento. Nos casos mais graves, o doente se isola totalmente em sua melancolia, mal saindo da cama e tornando-se incapaz de trabalhar e manter relacionamentos normais.
No cérebro da pessoa deprimida surgem alterações de ordem biológica. Ocorre uma disfunção na fabricação de serotonina, noradrenalina e dopamina, que são os neuro-transmissores responsáveis pela sensação de prazer. Ainda não se sabe por que isso acontece. Alguns indivíduos, mesmo carregando a propensão para a doença em seus genes, não chegam a desenvolvê-la. Provavelmente isso se deve à estrutura da personalidade formada desde a infância e ao seu histórico de vida.
Por outro lado, os sintomas podem surgir em virtude de outras enfermidades, como tumores cerebrais, aids, hipotireoidismo, ou mesmo psicoses. Em mulheres, há casos em que a depressão se manifesta após o parto e na menopausa. A doença atinge também uma faixa da população que poderia estar livre de preocupações e aproveitando a vida: a terceira idade.
O tratamento da depressão envolve basicamente a combinação de psicoterapia e remédios, que corrigem a deficiência de serotonina. A terapia é importante para que a pessoa possa reeducar-se e aprender a lidar com suas dificuldades pessoais. A recuperação é lenta e o apoio familiar é fundamental. É necessário entender que as pessoas não saem de uma depressão de uma hora para outra, mas elas podem se sentir um pouco melhor a cada dia, quando recebem o tratamento adequado.
|
Sem comentários:
Enviar um comentário