segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Obesidade

Terapia pode ajudar identificando dificuldades interpessoais, insucessos e frustrações

A obesidade tem sido nos últimos anos preocupação dos órgãos de saúde pública em diversos países. No Brasil, cinco em cada cem crianças de até quatorze anos têm peso excessivo e estão sob o risco de desenvolver hipertensão arterial. O problema não se restringe às mulheres ou à população adulta. Nos Estados Unidos, 25% das crianças já apresentam sobrepeso ou são obesas, segundo dados da World Health Organization (WHO, 1998). Pesquisas apontam que a obesidade favorece o aparecimento de complicações patológicas relacionadas a doenças cardiovasculares, diabetes e distúrbios reprodutivos em mulheres.

Além das questões orgânicas, a obesidade compromete a qualidade de vida social e emocional, já que vivemos em uma sociedade que privilegia a magreza e enxerga o excesso de peso como desleixo, preguiça e impulsividade. De forma incoerente, a alimentação moderna (sanduíches, biscoitos, doces, massas...) apresenta uma alta concentração de calorias e gorduras, ocasionando sofrimento e conflito para aqueles que não conseguem manter o peso com facilidade.

Diante deste quadro muitas pessoas procuram alternativas para combater a obesidade, que vão desde o engajamento em dietas à utilização de medicamentos ou realização de cirurgias. Porém, o que se observa é que, em muitos casos, o emagrecimento chega até a acontecer, mas em pouco tempo a pessoa recupera o peso inicial, o que resulta em sentimentos de frustração e fracasso. Para se obter sucesso no emagrecimento, e isso inclui manter o novo peso, é preciso que a pessoa adquira hábitos diferentes em relação à comida. A Terapia Comportamental, associada à orientação nutricional e prática de atividades físicas, é capaz de auxiliar as pessoas na modificação de seu comportamento alimentar.

Muitas vezes as pessoas até sabem o que devem e o que não devem comer, mas acabam recorrendo à comida como forma de obter alívio ou prazer diante de situações difíceis. Alguns terapeutas oferecem os benefícios desta modalidade de terapia em programas comportamentais para controle de peso (por exemplo, Pró-Controle®) que combinam sessões em grupo e sessões individuais, opção que torna o tratamento financeiramente mais acessível.

A Terapia Comportamental, que se baseia na proposta de B. F. Skinner (1904-1990), busca fundamentalmente compreender quais fatores são ou foram determinantes na maneira de alguém agir no seu ambiente físico e social, em seu modo de pensar e sentir, e em seus valores e crenças.

Estes fatores encontram-se na relação pessoa-ambiente e estão presentes em toda a sua história de vida, nas condições ambientais atuais, na história de sua cultura e também de sua espécie.

As estratégias para a remoção ou redução do sofrimento e insatisfação (queixas), assim como para a ampliação ou implementação de situações que produzam bem-estar, dependem da análise funcional destas relações. Segundo as psicólogas acima citadas, no que diz respeito ao controle de peso, o terapeuta analisa com o cliente sua história de vida e os fatores que atuam para que a alimentação aconteça de forma inadequada, tais como dificuldades interpessoais, insucessos na vida profissional, baixa tolerância à frustração, auto-controle ineficiente etc. A partir daí, elaboram-se estratégias para que os hábitos antigos sejam alterados por outros que evitem o consumo inadequado de alimentos. O processo terapêutico analítico-comportamental utiliza técnicas específicas e propõe tarefas que devem ser cumpridas pelo cliente, que participa ativamente do tratamento. Entre os exercícios implementados, encontram-se as técnicas de relaxamento, que auxiliam no controle da ansiedade.




Prof André Luis Jonas
Docente do Curso de Psicologia
Universidade Anhembi Morumbi.
Laureate International Universities

Prof Fabíola Alvares G. Serpa
Docente do Curso de Psicologia
Universidade Anhembi Morumbi.
Laureate International Universitie

Sem comentários: