terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dieta versus fertilidade



Há uma relação maior do que se pode imaginar entre dietas saudáveis, exercícios físicos e fertilidade. Não é novidade para ninguém que uma alimentação balanceada, onde estejam presentes todos os nutrientes, tornem o aparelho humano uma máquina com maior potencialidade. A falta de um equilíbrio alimentar traz inúmeros transtornos. Tanto homens quanto mulheres que estão acima do peso, ou mesmo muito abaixo dele, podem ter, entre outras coisas, a fertilidade comprometida. O mesmo risco pode afetar também aqueles que fazem exercícios físicos exageradamente.

"Os quilinhos extras ou a falta deles normalmente abalam a saúde cardiovascular, o equilíbrio hormonal e a estrutura anatômica e podem causar também um distúrbio de transmissão de sinais hormonais, afetando seriamente a fertilidade", afirma o médico especialista em reprodução assistida e diretor do Huntington Centro de Medicina Reprodutiva, Eduardo Motta.

A obesidade altera os níveis de insulina liberados pelo pâncreas na mulher, o que desencadeia uma superprodução de hormônios masculinos pelos ovários e, por sua vez, a interrupção da liberação de óvulos.

Já nos muito magros, a transmissão de mensagens hormonais que o cérebro envia aos ovários e aos testículos também está muito reduzida. "O grau com que a perda de peso afeta a fertilidade pode variar, dependendo do grau de subnutrição e a velocidade com que se deu a perda de peso", explica.

Nas mulheres, os ovários podem produzir óvulos saudáveis, mas as paredes do útero podem não estar aptas a receber um embrião. Em outros casos, a ovulação simplesmente pode não ocorrer, desestabilizando o ciclo menstrual. Nos homens, esta situação já foi associada à queda na produção de espermatozóides.

Para os malhadores compulsivos, a prática muito intensa de exercícios físicos pode causar problemas relacionados à diminuição da produção de espermatozóides e à ovulação. O especialista define prática intensa de exercícios como sendo duas horas diárias, sobretudo de esportes com grande esforço físico e concentração, como ginástica olímpica e balé clássico, por exemplo. A endorfina liberada nesses casos inibe a hipófise, que controla as glândulas de secreção endócrina do organismo, comprometendo a ovulação e a espermatogênese.

A dica que Eduardo Motta dá para seus pacientes é justamente fazer uma dieta balanceada. Para as mulheres o indicado é a maior ingestão de trigo, soja e verduras de cor verde escuro, que possuem muito ácido fólico e evita má formações. Para os homens, os frutos do mar ajudam muito a criar um ambiente adequado para a fertilização no organismo. Eles possuem zinco que é muito bom para a espermatogênese. Para finalizar, praticar exercícios físicos com moderação e ter sempre o acompanhamento de um profissional.


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