sexta-feira, 11 de abril de 2008

A insatisfação com a própria imagem



Uns quilos a mais, um nariz meio torto, seios pequenos, algumas manchas na pele. O que ocorre quando estas marcas da normalidade passam a ser percebidas como defeitos grotescos na aparência?


Em alguns casos, o que se vê é o surgimento de uma busca desenfreada por dietas, cirurgias reparadoras , cremes de beleza e tratamentos estéticos que são vistos como as únicas soluções para amenizar a insatisfação com o próprio corpo.

Embora a busca pela perfeição da forma corporal seja encarada com naturalidade pela sociedade contemporânea, deve-se alertar para os perigos desta busca que pode atingir níveis patológicos e comprometer a saúde física e mental dos indivíduos.



Em um momento em que a conquista do corpo perfeito nos é imposta como elemento essencial para o alcance da felicidade, cresce entre nós um sentimento de insatisfação com a própria imagem. Este contexto propicia o desenvolvimento de inúmeras patologias, entre as quais destaca-se o Distúrbio Dismórfico Corporal (DDC).

“Deve-se estar atento para o momento em que a preocupação com o corpo torna-se excessiva e passa a prejudicar a vida afetiva e social do indivíduo.”

Este caracteriza-se por uma preocupação excessiva com um defeito mínimo ou imaginário na aparência.
O indivíduo possui a sensação de que algum aspecto de seu corpo é feio ou repugnante, ainda que aqueles ao seu redor julguem que sua aparência não seja tão anormal.

O indivíduo com DDC realiza uma peregrinação por consultórios médicos, centros de estética, academias de ginásticas e spas, onde diversos tratamentos se sucedem. Não são raros os casos daqueles que fazem repetidas cirurgias plásticas, passam por dezenas de dietas e tratamentos de beleza. Entretanto, após cada uma destas tentativas (ainda que bem sucedidas) a sensação de insatisfação com a própria imagem persiste, apontando que o problema não é de ordem física e sim psicológica.

Além dos danos físicos que podem advir das sucessivas intervenções às quais se submete o indivíduo com DDC, há também prejuízos nos campos social e afetivo. Isto porque a vergonha e o incômodo sentidos em função de um pequeno defeito na aparência acabam levando o indivíduo a restringir sua vida social na tentativa de esconder-se dos outros e, assim, evitar um julgamento negativo.

O DDC é um distúrbio tratável e recomenda-se que o indivíduo procure um psicólogo ou psiquiatra para que seja corretamente diagnosticado e tratado. Parte da intervenção consiste em ajudar o indivíduo a desenvolver uma avaliação mais realista das qualidades e defeitos do próprio corpo, podendo estabelecer uma relação mais satisfatória consigo mesmo.

É importante frisar que o diagnóstico de DDC não se aplica a todos aqueles que sentem ou já sentiram alguma forma de insatisfação com a própria imagem visto que, num mundo tão exigente, a satisfação total com a aparência é dificilmente atingida. Ainda assim, deve-se estar atento para o momento em que a preocupação com o corpo torna-se excessiva e passa a prejudicar a vida afetiva e social do indivíduo.


Sem comentários: