terça-feira, 29 de abril de 2008

Sofrimento


Como você reage frente a ele?

Não se viam as plantas cobertas pela neve. - E o lavrador, dono do campo, comentou jovialmente: "Agora, crescem para dentro". - Pensei em ti; na tua forçosa inatividade - Diz-me: também cresces para dentro? (Josemaria Escrivá)

Situações negativas inesperadas nos assolam vez ou outra em nossas vidas. Aparecem sem aviso prévio, vão entrando porta adentro sem pedir permissão. E ficamos à mercê de surpresas desagradáveis... Mas, ainda assim há duas escolhas possíveis a se tomar: reclamar ou aprender. Com qual delas você mais se identifica?
Freud já nos disse que todo ser humano vive para buscar o prazer e para fugir do desprazer. Ou seja, fomos criados para a felicidade. E, atualmente, há muitas pesquisas científicas que desvendam esses mecanismos. Todas elas apontam que a busca de felicidade é a força que empurra cada um de nós adiante e que o estado constante de felicidade seria uma inércia no mundo porque não se desejaria mudar nada (‘se melhorar, piora’, não é mesmo?). Logo, se essa procura é a alavanca que move a humanidade para o progresso também pode nos mover para o desenvolvimento e enriquecimento interiores.

O que se pode aprender com situações de infelicidade que nos surgem, inesperadamente? Muitas coisas, entre elas o poder da gratidão. E tem justificativas para isso: pesquisas mostram que se escrevermos as coisas pelas quais somos gratos teremos um aumento no nível de felicidade que durará seis semanas. Ao encarar (e não diga ‘encarar de frente’, alguém encara de costas?) o sofrimento e identificar alguns aprendizados ali latentes, estaremos dando um passo na direção do autoconhecimento. E ele vai nos permitir entender quais nossos objetivos na vida, quais nossos valores. E, principalmente, o que havia no profundo de nosso coração que nem ao menos desconfiávamos...

Portanto, de situações de sofrimento podemos extrair grandes lições de vida. Veja, por exemplo, o caso do diamante. Você sabia que ele é um carvão que se saiu bem sob a ação do tempo e da pressão? Pois é, em não se tendo como escapar do sofrimento e menos ainda do tempo em que ele nos faz companhia, a melhor coisa a se fazer é a escolha certa: aprender e não reclamar. É o dia-a-dia de uma pessoa e a modo como ela reage às situações mais banais que definem seu nível de felicidade.

Além disso, se entendermos a palavra ‘problema’ como ‘desafio’ ou ‘oportunidade’ perceberemos que é nossa atitude que aumenta a dificuldade e não a situação em si. Por que o desafio você não controla, mas a sua interpretação sobre ele sim. Logo, a diferença está na sua atitude e é aí que fica fácil entender que vivemos num universo onde o que determina o fracasso ou o sucesso do ser humano é o que transita no mundo das idéias.

Precisamos admitir, é claro, que nem sempre somos senhores do desenvolvimento da nossa vida, MAS somos sempre senhores do sentido que lhe conferimos. É o poder da escolha (segundo a PNL ou a Ética) e o livre-arbítrio (segundo o Cristianismo). Além do mais, Epicteto já dizia: “As dificuldades são coisas que mostram o que os homens são”. O que as dificuldades têm exibido de você?

Além disso, em meio ao sofrimento, lembre-se de preservar a esperança, porque ela sim é indispensável. Porque uma pessoa é capaz de sobreviver até 30 dias sem comer, até 4 dias sem beber e até 4 minutos sem respirar, mas não sobrevive 1 minuto sem esperança (é nesse curto espaço de tempo que ela põe fim ao seu bem mais precioso).
Muitos aprendizados e muitas esperanças para você!

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