Saiba mais sobre a doença
Por Minha Vida Publicado em 19/7/2007
O que é
Todo mundo uma vez ou outra na vida se sente deprimido ou triste. É uma reação natural à perda, aos desafios da vida e à baixa auto-estima. Mas, às vezes, o sentimento de tristeza se torna intenso, dura longos períodos e retira a pessoa da vida normal. A depressão é o mais comum dos transtornos mentais, mas é uma doença tratável. Os tipos de depressão são: clássica, distimia, transtorno bipolar e sazonal.
A Organização Mundial da Saúde calcula que, em vinte anos, a depressão ocupará o segundo lugar no ranking dos males que mais matam.
Reconhecer a depressão é freqüentemente o maior obstáculo para diagnosticar e tratar a depressão. Infelizmente, aproximadamente metade das pessoas que passa pela depressão nunca tem a doença diagnosticada ou tratada. E isso pode ser uma ameaça: mais de 10% das pessoas que têm depressão se suicidam. Aqui estão alguns sinais aos quais você deve ficar atento:
Tristeza
Perda de interesse por coisas que antes você gostava
Falta de energia Dificuldade de concentração
Dificuldade de tomar decisões
Insônia ou sono em excesso
Problemas no estômago ou na digestão
Sentimento de desesperança
Problemas sexuais, como a falta de interesse
Dores
Mudança no apetite, levando ao ganho ou à perda de peso
Pensamentos de morte, suicídio e auto-mutilação
Tentativa de suicídio
Como a depressão é diagnosticada?
O diagnóstico da depressão começa com um exame físico. Há algumas viroses, remédios e doenças que podem causar sintomas parecidos com os da depressão. O médico irá querer saber quando os sintomas começaram, quanto eles estão durando e o quão severos são. Também irá querer saber se você já sentiu algo parecido antes e qual foi o tratamento. O histórico familiar também é importante, assim como o uso de drogas e álcool.
Embora não exista nenhum exame para diagnosticar a depressão, há algumas características que podem levar ao diagnóstico apropriado. Se uma doença física for descartada, seu médico deverá considerar lhe encaminhar para um psicólogo ou para um psiquiatra. Eles vão determinar qual é o melhor tratamento para seu caso: psicoterapia ou remédio ou a combinação de ambos.
A eletroconvulsoterapia também pode ser indicada para casos mais graves ou para pacientes com intolerância aos remédios. É realizada em clínicas, com o uso de anestesia geral. O paciente recebe alguns choques. No passado, por ter sido usado de forma indiscriminada, ele gerou muitas críticas e polêmicas.
Como saber quando preciso de ajuda?
Quando a depressão estiver afetando negativamente sua vida, como ao causar dificuldades nos relacionamentos, nas questões do trabalho ou disputas familiares
Se alguém que você conhece estiver tendo pensamentos suicidas
Psiquiatra
Médico especializado em tratar distúrbios psicológicos. Como os psiquiatras são médicos, eles podem prescrever remédios, como antidepressivos. Alguns também são psicoterapeutas.
Psicólogo
Profissional que se especializa em tratar distúrbios mentais ou emocionais. Em geral, ele usa a psicoterapia para tratar pessoas em depressão.
Eletroconvulsoterapia
Eletroconvulsoterapia é normalmente usada para tratar casos mais graves de depressão. Durante o exame, uma corrente elétrica é aplicada no couro cabeludo. É um dos mais rápidos meios de aliviar os sintomas de pacientes com casos sérios de depressão, doenças mentais ou com tendências suicidas. Mas só é usada quando não há resposta a outros tipos de tratamento.
Antes de se aplicar a eletroconvulsoterapia, o paciente é colocado para dormir com uma anestesia geral, além de um relaxante muscular. Os eletrodes são colocados no couro cabeludo e causam um choque no cérebro. Como os músculos estão relaxados, há apenas um leve movimento nos pés e nas mãos. O paciente acorda minutos depois, não se lembra do tratamento e, em geral, está confuso. Essa confusão mental dura por pouco tempo.
A eletroconvulsoterapia segue sendo um método não muito bem compreendido, apesar de ser usado desde a década de 40. Os riscos desse tratamento e seus efeitos colaterais estão, na maior parte dos casos, relacionados ao uso inadequado dos aparelhos. Mas, antes de passar por uma eletroconvulsoterapia, é preciso fazer uma série de exames para saber se seu corpo suporta esse tratamento.
Caso você opte pela eletroconvulsoterapia, lembre-se que seus efeitos podem ter curta duração. Muitos pacientes sofrem recaídas quando o tratamento cessa. Entre seus efeitos colaterais está a perda de memória de curto prazo. Mas isso costuma passar uma ou duas semanas depois do tratamento.
Remédio antidepressivo
Antidepressivos são medicamentos usados para tratar a depressão. Há uma variedade muito grande de remédios. Todos funcionam para extinguir ou aliviar os sintomas da depressão. Mas ainda há dúvidas sobre a segurança dos remédios no tratamento de crianças e adolescentes. Acredita-se que eles possam aumentar os riscos de suicídio.
Como o médico escolhe o antidepressivo?
O médico vai levar em consideração os seus sintomas, quais outros medicamentos você está tomando, os efeitos colaterais e os custos. Geralmente, começa-se tomando uma baixa dose, que vai sendo aumentada até se perceber a melhora.
Por quanto tempo eu tomarei os remédios?
É comum eles serem tomados de seis meses e um ano para pacientes que estejam tratando a depressão pela primeira vez. Para que o efeito deles apareça, é preciso tomá-los por quatro ou oito semanas. Quando o médico decidir que é hora de parar de tomar o antidepressivos, ele vai fazer isso de forma gradual, para ver se você não pode ter uma recaída. Nunca pare de tomar o remédio sem conversar com o médico antes.
Terapia
A psicoterapia ou simplesmente terapia é a primeira forma de tratamento recomendada para a depressão. Envolve um conjunto de técnicas. Durante as sessões, o paciente conversa com um especialista em tratamento de doenças mentais que vai ajuda-lo a identificar e trabalhar fatores que possam estar causando a depressão. Muitas vezes, esses fatores emocionais se unem a outros como hereditariedade e desbalaceamentos químicos.
Como a terapia ajuda na depressão?
A terapia ajuda a pessoa com depressão:
1. A entender comportamentos, emoções e idéias que possam estar contribuindo para a doença
2. Identificar e entender problemas ou eventos da vida, como uma doença grave, a morte de alguém, a perda de um emprego, uma separação
3.Recuperar o prazer pela vida e o sentimento de controle sobre ela
4.Aprender técnicas para lidar com os problemas
Tipos
Individual: Envolve apenas o paciente e o terapeuta
Grupo: Dois ou mais pacientes podem participar da terapia ao mesmo tempo. Durante a sessão, ele dividem suas experiências e aprendem que outras pessoas sentem as mesmas coisas que eles e podem ter tido as mesmas experiências
Casal: O casal aprende a compreender os problemas e sentimentos do seu parceiro e quais mudanças no comportamento e na comunicação podem ajudar
Familiar: Como a família é um elemento-chave para ajudar quem está com depressão, pode ser útil seus membros compreenderem o que está acontecendo com a pessoa amada e como podem ajudar
Dicas
A terapia funciona melhor quando você comparece aos horários agendados. A eficiência desse método depende da sua participação ativa. Requer tempo, esforço e regularidade. Quando você começar o tratamento, estabeleça algumas metas com o seu terapeuta. Então, gaste algum tempo revendo seu progresso com o terapeuta.
Lembre-se de que a terapia envolve uma reavaliação dos seus pensamentos e comportamentos, identificar o que causa a depressão e trabalhar para modificar isso. Quem faz terapia se recupera mais rapidamente e tem menos recaídas. Pode demorar mais para surtir efeitos do que os antidepressivos, mas há evidências de que dura mais.
Crianças podem realmente sofrer de depressão?
Sim, mas depressão é um quadro diferente daquela tristeza que pode acometer as crianças. Não é porque a criança parece estar triste que ela está depressiva. Mas, se a tristeza se torna persistente ou se outros comportamentos interferem na vida social, na escola e na família, isso pode indicar que ela está depressiva
Quais são os sintomas?
Os sintomas podem variar. Muitas vezes, a depressão infantil não é diagnosticada porque passa por algo comum às variações emocionais e psicológicas da fase de crescimento. Os primeiros sintomas da depressão são: tristeza, falta de esperança e alterações no humor. Outras características são:
Irritabilidade ou braveza
Tristeza constante
Introversão
Sentimento de rejeição
Mudança no apetite
Alteração no sono
Acessos de gritos ou choros
Dificuldade de concentração
Fadiga
Reclamações de dores físicas que não saram com tratamento, como dor de estômago ou de cabeça
Redução da atividade com amigos, em casa, na escola
Sentimento de culpa
Pensamentos de morte ou de suicídio
O que causa depressão em crianças?
Assim como nos adultos, a depressão em crianças pode ser causada por qualquer combinação de fatores relacionados à saúde física, acontecimentos da vida, histórico familiar, ambiente, vulnerabilidade genética e distúrbios bioquímicos. A depressão não é um estado de humor passageiro que vai embora sem tratamento.
Como é feito o diagnóstico?
Se os sintomas de depressão na criança duram pelo menos duas semanas, você deve agendar uma visita ao médico para saber se não há motivos físicos para os sintomas. Uma consulta com um terapeuta também é recomendável.
Quais são as opções de tratamento?
As opções de tratamento para as crianças com depressão são semelhantes às usadas em adultos, incluindo terapia e medicação. O papel que a família e o ambiente desempenham no tratamento é diferente daquele relacionado aos adultos. Primeiro, o médico da criança pode recomendar a terapia. Depois, se não houver melhora, ele pode considerar o uso de um antidepressivo.
Depressão em adolescentes
É normal o adolescente se sentir triste de vez em quando. Mas, quando a tristeza dura mais do que duas semanas e o jovem apresenta outros sintomas de depressão, ela ou ele pode estar depressivo. Existem muitas razões para o adolescente se tornar infeliz. Ambientes estressantes podem levar à depressão. O jovem pode ter sentimentos de inadequação ou inutilidade em relação ao desempenho escolar, à orientação sexual, à interação sexual ou à vida em família. Se as coisas que o adolescente curte, entretanto, não são capazes de animá-lo, há boas chances de ele estar deprimido. A depressão também tende a ser mais comum em jovens com histórico da doença na família. Se você acha que um adolescente está deprimido, leve-o ao médico.
Quais são os sintomas?
Freqüentemente, os adolescentes deprimidos vão apresentar uma mudança no pensamento e no comportamento, perder a motivação e se retrair. São os principais sintomas da depressão em adolescentes:
Tristeza, ansiedade ou sentimento de desesperança
Perda de apetite ou apetite compulsivo
Trocar o dia pela noite
Retirar-se do círculo de amigos
Comportamento rebelde, notas baixas e até faltas na escola
Reclamações de dor de cabeça, estômago, costas e fadiga
Uso de drogas, álcool e atividades sexuais promíscuas
Preocupação com a morte
Como a depressão é diagnosticada em adolescentes?
Não existem exames específicos para detectar a depressão. São usadas entrevistas com o paciente e testes psicológicos com o indivíduo e sua família, professores e namorados. O grau da depressão e o risco de suicídio são determinados por meio dessas entrevistas.
Como tratar a depressão?
Há uma variedade de métodos usados para se tratar a depressão. Seu médico irá determinar qual é o melhor tratamento para seu adolescente.
Suicídio de adolescentes
Sinais de alerta:
Ameaças de se matar
Preparar-se para morrer: doar seus bens preferidos, escrever cartas de despedida ou expressar desejos
Não ter esperança no futuro
Não se importar mais com nada, nem com si mesmo.
Fonte:http://www.minhavida.com.br/conteudo/1525-O-que-e-depressao
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