terça-feira, 8 de julho de 2008

Cicatriz tem solução



Um dos problemas em realizar procedimentos cirúrgicos é a possibilidade de ficar com cicatrizes. Às vezes, as mulheres preferem evitar cirurgias estéticas, com receio das marcas que poderão vir a ter pelo corpo. Para acabar com este empecilho, existe um novo tratamento: a betaterapia.

O procedimento anula a proliferação anormal de células colágenas, responsáveis pelos quelóides (cicatrizes maiores que podem ser avermelhadas, escuras, rosadas ou até mesmo brilhantes). Assim, a cicatrização acontece de forma tranqüila e o risco de formação de quelóide é de apenas 3%.

O tratamento por betaterapia é realizado com um aparelho de fonte radioativa, geralmente de estrôncio, que emite raios beta na camada da pele, onde estão as células responsáveis pela formação de cicatrizes. Uma placa de 1,5 cm é colocada em contato



com a área afetada. Porém, antes de iniciar o procedimento, a cicatriz deve ser retirada com cirurgia , para a terapia ajudar na cicatrização correta do local. As sessões são realizadas com intervalos de 24 horas e o tempo dispensado depende do tamanho da marca. Em média, são necessárias dez repetições.


“Muita gente fala que é culpa do médico, mas não é. É uma reação do corpo, então, vale a pena fazer um sacrifício, dividir, parcelar o pagamento e ficar bem consigo mesma”

A médica oncologista e especialista em radioterapia Silvana Maria Trippi Moraes Gotardo garante que o tratamento é completamente seguro e pode ser feito em qualquer região do corpo, pois os raios penetram apenas na pele. Mesmo assim, existe uma ressalva: ele deve ser iniciado até 48 horas após a realização da cirurgia. “É o período em que essas células, os fibroblastos que causam as quelóides, começam a se proliferar”, explica.


Ainda de acordo com Silvana, o único efeito colateral é que durante o período da terapia pode aparecer um “discreto escurecimento da pele, que some em alguns dias”.

A empresária Beth Steffen fez betaterapia há três anos e meio, após o aparecimento de um quelóide na orelha, fruto de uma operação plástica no rosto. “Ficou um quelóide feio, então, meu médico indicou uma clínica em São Paulo para fazer betaterapia. Aquilo me incomodava bastante, porque era um vergão vermelho, feio. Em volta da orelha tinha ficado tudo vermelho. Fiquei uns três meses assim, até fazer o tratamento. Hoje, não tenho nada”, declara.

Por não sentir dor, coceira ou ardor nas sessões, ela chegou até a suspeitar da eficácia do tratamento. Depois do resultado positivo, Beth afirma que vale a pena fazer sacrifícios para resolver problemas estéticos. “Nestes casos, você não imagina que é um problema seu. Muita gente fala que é culpa do médico, mas não é. É uma reação do corpo, então, vale a pena fazer um sacrifício, dividir, parcelar o pagamento e ficar bem consigo mesma”, garante.

Segundo Jackeline Mota, dermatologista e diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo, a betaterapia é um método reconhecido cientificamente pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e seu sucesso varia de pessoa para pessoa. “Assim como os outros tratamentos realizados para a diminuição do quelóide, o resultado depende de uma resposta individual, daquele que está sendo tratado”, explica.

Já a dermatologista Thais Pepe recomenda outros procedimentos para a retirada de quelóides. Para ela, existe um aparelho melhor para solucionar o problema, chamado Fraxel. “Ele é de laser de erbium fracionado e resolve em cinco sessões. É maravilhoso”, afirma.

As incômodas cicatrizes podem ficar apenas na memória , mas antes de se submeter a qualquer tratamento a paciente deve procurar a opinião de mais de um especialista. Além disso, é importante ter certeza do que quer antes de fazer uma intervenção no corpo e procurar indicações, para obter bons resultados. Portanto, converse com seu dermatologista e conheça detalhadamente os procedimentos disponíveis no mercado.

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