quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tô com fome de.....

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Aquela vontade louca de comer toda hora, mesmo depois de bater um pratão de comida, nem sempre é sinal de gula. Pode ser Síndrome da Fome Oculta, uma doença que atinge cada vez mais mulheres.


A raiz do problema
Essa doença está relacionada ao estilo de vida: corre-corre, refeições mal mastigadas, excesso de comida industrializada e escolhas alimentares erradas. Mas a Síndrome da Fome Oculta (SFO) vai além dos pneuzinhos, é uma disfunção celular. "A falta ou excesso de algumas vitaminas e sais minerais dificulta o bom funcionamento das células, prejudicando o equilíbrio do organismo e causando a carência de determinados nutrientes", explica o nutrólogo Douglas Carignani Jr (SP).

Conseqüências desse mal
" A fome oculta produz desde uma deficiência imunológica, que provoca gripes freqüentes, até o aparecimento da osteoporose e problemas cardiovasculares e metabólicos, como o diabetes e a obesidade. Dependendo da predisposição genética, a SFO pode até possibilitar o surgimento de tumores", diz o endocrinologista Fernando Almeida (PE).

O processo digestivo
Depois de ingerido, o alimento é logo digerido no estômago. Depois é absorvido pelos intestinos delgado e grosso. Em seguida é repassado ao sangue para que as células possam aproveitar os nutrientes. "É nessa etapa que o organismo sente a ausência ou o excesso de certos nutrientes", afirma Douglas.

Como identificar a disfunção
Só percebemos a síndrome quando as alterações já estão avançadas e provocam alguma doença. "Isso porque não existe um exame para detectar o problema", afirma Fernando Almeida. Mas uma boa consulta médica, análise clínica e física detalhada, avaliação laboratorial do eixo hormonal e metabólico do organismo ajudam no diagnóstico.


Causas da fome oculta

Hábitos alimentares inadequados e erros na escolha dos alimentos são os principais motivos. Quem ignora os vegetais e outros alimentos frescos e prioriza fast-foods tem mais chance de apresentar essa deficiência. Porém, existem alterações genéticas associadas ao metabolismo, que culminam em uma dificuldade da própria célula em captar um determinado nutriente do sangue. "Assim o alimento pode estar disponível no organismo, no entanto algumas células não conseguem assimilá-lo", esclarece o nutrólogo.

Sintomas conhecidos
Quando há carência de alguma substância, o corpo envia um estímulo nervoso ao cérebro indicando essa falta. Como nem sempre a mente identifica o que é pedido pelo organismo, a percepção é a de estar com fome. A pessoa come a primeira coisa que encontrar, porém nem sempre o nutriente necessário. Insatisfeita, enviará um novo estímulo ao cérebro, que, mais uma vez, será interpretado como fome, provocando o impulso de mastigar novamente. É o sinal mais claro da Síndrome da Fome Oculta.

O que pode agravar a situação
Hábitos como fumar, beber e usar drogas podem piorar e predispor o corpo à SFO. O fumo dificulta a oxigenação em geral. Já o álcool irrita a mucosa do estômago e do intestino e prejudica a digestão e a absorção dos alimentos. As drogas, que têm efeitos semelhantes aos do cigarro, alteram o funcionamento do cérebro (órgão que comanda a fome).

A primeira suspeita
O médico começa a desconfiar que a paciente pode ter SFO quando ela apresenta quadros de doenças auto-imunes, como a tireoidite, febres reumáticas e anemia. "Deve-se fazer um questionário minucioso sobre os hábitos alimentares, desde o que é ingerido até o tempo que dispõe para as refeições", diz o endocrinologista.

Formas de prevenir
Se a causa da doença for hábito alimentar errado a solução é seguir um cardápio variado, incluindo carnes, legumes, verduras, frutas e cereais integrais. Quem come fora de casa deve escolher as melhores opções nos restaurantes. Outra sugestão é levar para o trabalho frutas fáceis de consumir, como maçã, banana e pêra. Caso o problema seja provocado por outras disfunções metabólicas, é necessário procurar um especialista.

Fome oculta e obesidade
A correção do nível de vitaminas e minerais presentes no interior das células faz com que o organismo funcione harmoniosamente. Dessa forma, ansiedade e avidez por comer toda hora (comportamentos típicos das pessoas acima do peso) tendem a ser amenizadas. Junte a isso a prática regular de exercícios e hábitos de vida saudáveis, como dormir bem, parar de fumar e ter momentos de lazer, e emagreça sem risco do efeito sanfona. Tudo de bom, não?

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