segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vinhos: o segredo é a moderação



Vinho... seja branco, rosado (rosé), tinto, seco, suave, semi-seco, espumante ou fortificado, quem nunca o degustou? Apesar de ser uma bebida alcoólica, muitos estudos têm afirmado que ele faz bem à saúde. Será?


De onde vem os vinhos

Os vinhos são obtidos da fermentação do suco (também chamado mosto) de uvas frescas. A fermentação é um processo bioquímico realizado por microorganismos (leveduras) que convertem os carboidratos (açúcares) em álcool, gás carbônico e energia.

No caso do vinho, o processo é utilizado para a obtenção de álcool a partir dos açúcares do suco de uva. Quanto mais doce for a uva, maior será a concentração de álcool. O teor alcoólico do vinho pode variar de 10 a 15%, podendo



alcançar valores superiores (cerca de 20%) no caso dos chamados vinhos fortificados, como o do Porto, o Xerez (ou Jerez) e o Madeira.

Como são classificados
De forma simples, os vinhos podem ser classificados em 3 categorias:

a) Vinho de mesa: sofre somente uma fermentação, atingindo teor alcoólico médio.

b) Vinho espumante: sofre 2 fermentações, para obter quantidade maior de gás carbônico, responsável pelas borbulhas.

c) Vinho fortificado: recebe durante a fermentação uma quantidade adicional de álcool (conhecida como aguardente vínica), apresentando teor alcoólico elevado.

Composição e Valor Calórico

Os vinhos são compostos, basicamente, por água (85 a 90%), álcool (7 a 24%), ácidos (de 1 a 8%) e açúcares proveniente das uvas (0 a 15%). A quantidade de açúcar pode variar entre menos de 5 gramas/L nos vinhos secos, até 5 a 20 g/L nos semi-secos e mais de 20 g/L nos suaves e doces.


Vinho e saúde

Muitos estudos têm afirmado que o consumo de vinho, especialmente o tinto, protege nosso organismo de diversas doenças, principalmente as relacionadas ao coração. O exemplo mais famoso é o da França, no qual sempre existiu o hábito de se consumir de uma a duas taças de vinho ao dia: apesar de não apresentarem fatores de risco menores (nível de colesterol no sangue, pressão arterial, obesidade, tabagismo e sedentarismo), em relação aos outros países industrializados, a incidência de problemas cardiovasculares é incrivelmente pequena. Esse fato foi designado pelos estudiosos como o "paradoxo francês".

No entanto, entre a comunidade científica, existem pesquisas que discordam desses estudos afirmando que os menores índices de doenças cardiovasculares entre os franceses podem estar relacionados não somente aos fatores dietéticos, mas também ao estilo de vida dessa população.

Vale lembrar que a maioria dos especialistas afirmam que as propriedades benéficas do vinho provém, primariamente, das uvas, pois são elas que contém os elementos "promotores de saúde" como:

-os flavonóides: exercem efeitos antiinflamatórios e ação antioxidante - especialmente contra a oxidação dos ácidos graxos (lipídeos) que resulta na formação de radicais livres, responsáveis pelos fenômenos de formação da aterosclerose e trombose;

- as procianidinas: aumentam a resistência das fibras colágenas, exercendo um efeito protetor sobre as paredes dos vasos sanguíneos,

-resveratrol: dissipam as plaquetas, aumentam a taxa de HDL (ou bom colesterol) e agem dilatando os vasos sangüíneos.

No entanto, deve-se ressaltar que o consumo diário de frutas e vegetais também proporciona a absorção dessas substâncias inibindo, efetivamente, as reações oxidativas prejudiciais às células e diminuindo os riscos para as doenças do coração.

O consumo moderado, equivale a, no máximo, 2 taças de vinho ao dia. Há evidências, no entanto, que o consumo excessivo de álcool associado a fatores de risco (como obesidade, colesterol alto, hipertensão) pode ter efeito contrário, ou seja, pode favorecer as moléstias cardiovasculares. Assim sendo, o uso indiscriminado de bebidas alcoólicas, inclusive de vinho, por razões de saúde, não deve ser incentivado. Estudiosos advertem que o álcool aumenta o risco para o desenvolvimento de câncer de mama e de intestino grosso, sendo um motivo para desaconselhar o seu uso.

Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), para quem deseja prevenir doenças cardíacas, não existe nada melhor do que as práticas provadas ao longo do tempo, ou seja, ter uma dieta saudável, exercícios regulares e o peso adequado. Portanto, não existe motivo para se recomendar uma bebida alcoólica para diminuir os riscos para essas patologias.

Para saber mais: Academina do Vinho

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