Sabe-se hoje que a obesidade é uma doença multifatorial e que tem como causa fatores de risco ambientais (como alimentação extremamente calórica e sedentarismo) e genéticos (alterações no apetite ou no gasto energético).
A influência genética para a obesidade tem sido muito estudada, porém ainda é pouco entendida pelos estudiosos. Algumas estimativas dizem que
40 a 70% das variações em fenótipos relacionados à obesidade em humanos são hereditários. Agora é importante entender como esses genes se expressam.
Os genes podem influenciar na obesidade através da produção de substâncias que regulam o balanço energético do organismo, ou seja, a relação entre o que é gasto e o que é consumido, em cerca de 40%. Os genes envolvidos na obesidade controlam a produção de moléculas que, por meio de mecanismos regulam o balanço de energia do organismo.
Existem muitos estudos com modelos animais que mostram mutações em genes isolados que tenham relação causal com a obesidade, porém a situação em humanos é consideravelmente mais complexa. As formas mais comuns de obesidade humana surgem das interações de múltiplos genes, fatores ambientais e comportamentais.
“Embora haja influência dos genótipos na causa da obesidade, ela é geralmente atenuada ou exacerbada pelos fatores ambientais como alimentação e exercício físico”
Já existem alguns estudos com humanos. Um grande número de estudos familiares com gêmeos e adotivos tem explorado o nível de hereditariedade da obesidade, isto é,
a fração da variação da população em uma característica genética que pode ser explicada através da transmissão genética.
Estudos com gêmeos revelaram influências genéticas significantes
na ingestão total de nutrientes e padrão de refeições (tamanho e freqüência das refeições). Uma revisão de literatura recente concluiu que a maioria dos estudos revelou evidências significativas para os efeitos genéticos na ingestão total de nutrientes, mas menos importantes para preferências alimentares.
A presença de obesidade em vários membros da mesma família confirma a participação da herança genética na incidência de obesidade. A probabilidade de que os filhos sejam obesos quando os pais o são, foi estimada em alguns estudos obtendo-se percentagens entre 50% e 80%.
Estudos com protocolos permitiram revelar a existência confirmada de pelo menos 30 genes envolvidos na obesidade e a possibilidade da implicação de mais alguns.
Evidências de diversos estudos tem mostrado que algumas pessoas são mais suscetíveis tanto a ganhar peso ou perder peso que outras. Isto é importante porque o fenômeno do ganho de peso não pode sempre ser atribuído a diminuição na aderência à prescrição dos tratamentos.
Embora haja influência dos genótipos na causa da obesidade, ela é geralmente atenuada ou exacerbada pelos fatores ambientais como alimentação e exercício físico. Por isso, não adianta acreditar que o seu organismo irá ser obeso e não fazer nada, você precisa modificar seus hábitos de vida e mudar este quadro.
Fonte:
- Guidelines on Overweight and Obesity: Electronic Textbook. National Heart, Lung and Blood Institute.
- Iva Marques-Lopes e col. Aspectos genéticos da obesidade. Revista de Nutrição, vol 17, nº 3, Campinas, jul-set 2004.
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Há 4 anos
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