sábado, 10 de novembro de 2007

Transtornos Alimentares: Bulimia

A bulimia se caracteriza por episódios repetidos de compulsões alimentares seguidas de comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos auto-induzidos, mau uso de laxantes ou diuréticos


A diferença básica entre a anorexia e a bulimia é que a primeira nega sua fome como se não a sentisse, já quem sofre de bulimia come compulsivamente, mas com o intuito de livrar-se do que comeu e aliviar sua culpa, provoca vômitos ou faz uso de laxantes ou diuréticos.

Enquanto a anorexia geralmente acomete mulheres mais jovens, entre 15 e 30 anos, a bulimia ocorre entre 15 e 45 anos.

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria a pessoa com bulimia desenvolve as seguintes características:


- episódios recorrentes de ingestão de comida em excesso (consumo rápido de uma grande quantidade de comida em curto espaço de tempo);
- sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante os excessos alimentares;
- emprego regular da auto-indução do vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, jejuns ou exercícios excessivos com o objetivo de evitar o aumento de peso;
- média mínima de dois episódios por semana por três vezes ao mês de exagero alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inadequados;
- preocupação excessiva e persistente com o peso do corpo.

Pessoas com esse transtorno alimentar geralmente se envergonham de sua compulsão e procuram ocultar seus sintomas, podendo dificultar o diagnóstico. Duas características básicas são a perda de controle e a culpa.

A bulimia faz com que a pessoa sinta-se mal, culpada, fora do controle. Culpa-se e se odeia pelo comportamento que não foi capaz de controlar. Sua necessidade é desfazer o que acabou de fazer, recorrendo assim aos comportamentos compensatórios inadequados. Os excessos muitas vezes acontecem à noite quando está só, como uma tentativa de lidar com os acontecimentos e sentimentos do dia através da comida.

“O mais indicado para evitar os excessos é descobrir que situações a levam a cometê-los. Examine o que aconteceu naquele dia. O que a magoou ou a perturbou?”
A necessidade de comer geralmente é a que tem que ser atendida imediatamente. Mas depois que passa a excitação do excesso e a satisfação imediata, surge o pânico e a culpa. E na tentativa de não aumentar o peso, recorre ao vômito ou uso de laxantes, como se isso fosse capaz de diminuir os sentimentos que não consegue lidar. Depois de ter concentrado toda sua energia em colocar a comida para dentro, procura agora colocar para fora.


A pergunta é: “o que na verdade queria colocar para dentro?” Com certeza não era comida o que precisava, pois se fosse não teria a necessidade de livra-se dela. O que pode conseguir com esses comportamentos em geral são cólicas estomacais terríveis ou diarréias. Mesmo assim, não consegue a satisfação desejada, gerando mais culpa e a promessa de que não repetirá mais esse comportamento.

Porém de novo não consegue obter esse controle, formando um ciclo vicioso. É como se a ação de comer fosse capaz de aliviar uma tensão insuportável. É importante identificar o que gera essa tensão que a leva à compulsão. O que estará sentindo no momento que busca a comida e que é tão profundo que precisa da satisfação imediata? Quantos sentimentos e necessidades anteriores não foram negados para chegar a tal ponto? São perguntas que só poderão ser respondidas pela própria pessoa.

A anoréxica nega suas necessidades. A bulímica busca a satisfação de suas necessidades através da comida, mas imediatamente se arrepende. É como se no mais profundo de seu ser soubesse que não é isso que precisa, culpando-se e punindo-se. Sabe que deseja alguma coisa, mas acha que não deveria. Se sente muita confusa sobre o que sente e propensa a achar que qualquer sentimento é fome.

Com o excesso tenta satisfazer uma necessidade enorme de algo que chama de fome. Como a comida não satisfaz suas carências emocionais, se arrepende e tenta reverter o resultado. Ou seja, sua necessidade não é interpretada de maneira correta. “Os motivos podem ser muitos, mas você só conseguirá a recuperação quando perceber que sua necessidade está muito além de comer em excesso, afinal, comida não é amor!”


O mais indicado para evitar os excessos é descobrir que situações a levam a cometê-los. Examine o que aconteceu naquele dia. O que a magoou ou a perturbou? Por exemplo, discussão com alguém, pressão no trabalho, recordação de antigos sofrimentos, estar fazendo o que não quer etc. Os motivos podem ser muitos, mas você só conseguirá a recuperação quando perceber que sua necessidade está muito além de comer em excesso, afinal, comida não é amor! E quando sentir esse amor por si mesma, não terá o desejo de colocá-lo para fora, mas sim de mantê-lo bem dentro de você!

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