A tendinite é uma síndrome de excesso de uso em resposta a inflamação local devido a microtraumas repetidos que podem ocorrer devido a desequilíbrios musculares ou fadiga, alterações nos exercícios ou nas rotinas funcionais, erros de treinamento ou uma combinação de vários desses fatores.
A síndrome ocorre pois uma demanda contínua é colocada no tecido sem que haja tempo adequado para cicatrização, de forma que a dor e a inflamação continuem.
Os tendões são estruturas fibrosas cuja função é a transmissão da força produzida pelos elementos contráteis e não contráteis, dentro da unidade músculo-tendão. A força é transmitida através do tecido tendão para agir sobre um segmentos do osso e produzir o torque (momento de força) sob o segmento em relação ao eixo articular.
Esta função é executada pelo tendão, através curso de proximal para as inserções distais de três formas:
1: Ele pode atravessar um curso direto, ao longo da linha proximal para as inserções distais como é o caso do tendão músculo bíceps femural,
2: Um tendão pode também seguir ao redor de uma roldana óssea anterior à inserção no osso principal, como é o caso da músculo tibial posterior ao redor do maléolo medial.
A roldana óssea (polia) muda a linha de vetor de força de tendão, alterando desse modo o momento em relação à articulação;
3: Esta é similar a roldana óssea (item nº1), só que nesse caso o tendão segue ao redor de uma estrutura anterior a inserção no osso principal. A estrutura retinacular, também altera a ação da linha do vetor de força do tendão e o momento articular resultante, como no caso do tendão do músculo tibial anterior, onde segue o curso em volta do retináculo extensor.
Eles são revestidos por uma capa por onde flui o líquido sinovial (o mesma que encontramos no interior das articulações) , que serve para lubrificar as superfícies de fricção onde os tendões fazem contato. A tendinite é descrita como uma inflamação dos tendões (tendinite) e vem acompanhada simultaneamente de inflamação da "capa" que protege os tendões (tenossinovite) podendo ocorrer em qualquer faixa de idade ou sexo.Geralmente a inflamação da "capa" é mais intensa que a dos tendões propriamente.
Etilologia
Esse tipo de inflamação é originário de traumatismos (fricção) repetidos (esforço repetitivo), esforço exacerbado onde pode haver inclusive, ruptura dos tendões ou até ser parte da manifestação de outras doenças como artrite reumatóide, esclerose sistêmica, gota etc.
Outras vezes, pode ser devido a um processo infeccioso que acaba por envolver também os tendões e sua "capa".
Sinais, sintomas e diagnóstico
Tudo isso se traduz em dor para o paciente, principalmente quando ele tenta movimentar o tendão afetado, seja das mãos ou dos pés. Há também inchaço ficando muitas vezes os tendões visíveis sob a pele em forma de cordões avermelhados e dolorosos. Postura antálgica para se locomover (tendinite de joelho, aquiles ou pubis), espessamento do tendão, apalpação ( confirma o local do alargamento e elucida o local da dor), flexibilidade passiva da unidade músculotendinosa mantida, contração ativa, contração isométrica sem sobrecarga difere a tendinite de uma lesão capsuloligamentar, também são sinais da tendinite.
O tratamento para essas doenças inclui a consulta a um médico, que poderá aconselhar repouso de tendão e uso de antinflamatórios orais ou injetáveis.
Mecanismos prováveis para o desencadeamento da tendinite:
Padrão específico de movimento é realizado "repetitivamente":
* Esses esportes podem envolver uma sobrecarga tênsil repetitiva, compressão e abrasão (desgaste) do tendão. A abrasão é comum no tendão do supraespinhoso no espaço subacromial.
A freqüência dos esforços não permitem a reparação do tecido do tendão, e pré dispõem o microtrauma acumulativo.
* Exemplo: Arremessos, saque de tênis, natação
Esforço único com magnitude elevada:
* Pode induzir a uma patologia inicial que é mantida por outras atividades que normalmente não podem concluir (evoluir) a patologia do tendão.
* Exemplo: é o corredor com "passos largos". Isso resulta em uma contração muscular excêntrica (ecc) dos ísquios tibiais (Its), que produz uma tensão suficiente para alterar a substância do tendão, ou a interface do tendão normal, e a corrida normal ou passos de caminhada, pode produzir forças suficientes na magnitude, e /ou freqüência para conservar uma lesão crônica de tendinite.
Andar ou correr sobre um plano irregular:
* Isso induz a repetitivas forças anormais de magnitude elevadas, nas estruturas do tendão.
Exemplo: superfície com inclinação medial-lateral. A força de reação no terreno,
desencadeará momentos anormais de eversão, para o pé que está sobre o lado alto
do terreno. As estruturas ósseas laterais do pé e tornozelo serão submetidas à excessiva compressão.
Os tecidos moles mediais também sofrerão excessivos stresses tênseis. Os tendões tais como o Aquiles, tibial posterior e flexor longo do hálux, serão submetidos ao stress tênsil anormal, como movimento articular excessivo produz tensão passiva e como os músculos envolvidos produzem tensão ativa, assim como eles suportam a contração excêntrica para controlar este movimento. Os tendões dos músculos tibial posterior e flexor longo do hálux, podem também ser submetidos à compressão anormal e fricção, como eles caminham em seus respectivos mecanismos de polias ósseas.
Utilização de equipamento no local de trabalho ou no esporte, que promove repetitivos stress nas estruturas do tendão.
* O formato do equipamento resulta em magnitude anormal de força.
* Exemplo: tamanho ou peso da raquete de tênis em pessoas que predispõem à tendinite.
Tendinites mais comuns
1. Supraespinhoso
2. Aquiles
3. Síndrome de Fricção da Banda iliotibial
4. Epicondilite lateral
5. Tibial posterior
6. Tendinite penoneal
7. Tendinite do púbis (adutor)
8. Tendinite do ligamento patelar (joelho do saltador)
9. Tendinite iliopsoas
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