sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Você e seus hábitos



"O hábito é o melhor dos servos e o pior dos senhores”
(J. Jelmek).

O despertador toca, fazendo um barulho estridente. Você estica o braço e, automaticamente, aperta o botão “desliga”. Com os olhos semi-abertos, pula da cama e vai em direção ao banheiro. No meio do caminho, calça o chinelo, pega o robe com a mão esquerda e, ao mesmo tempo, enfia o braço direito na manga. Então, caminha para o banheiro e fecha a porta atrás de si. Com a mão esquerda, você segura a escova de dentes — a direita já está segurando a pasta de dentes — e escova os dentes com movimentos bem determinados.

Depois do banheiro, você vai à cozinha e faz o café... Nos próximos 20 minutos veremos uma repetição de mais de 160 pequenas, mas importantes ações que o preparam para enfrentar o mundo cruel lá fora.

Nem todos os hábitos nos são úteis e os maus hábitos podem se tornar senhores cruéis que sabotam o nosso bem estar.
Sua vida também é governada por padrões habituais. Camada por camada, você vai formando a sua identidade baseado no que observa, imita e aprende — que é como você se comporta.

Repetições aparentemente insignificantes, teias inocentes de observações e crenças, transformam-se em padrões, depois em cabos inquebráveis que cercearão ou fortalecerão a sua vida.

O educador americano, Horace Mann, uma vez descreveu dessa forma o hábito:

“O hábito é um cabo; nós tecemos um fio a cada dia e, no final, não conseguimos partí-lo.”

Você já pensou em seu comportamento? Por acaso já falou consigo mesmo para fazer isso, depois aquilo e então aquilo outro? Claro que não. Essas ações simplesmente acontecem naturalmente. Você foi programado conforme você fazia cada coisa. Ano após ano elas foram se tornando um hábito. Na verdade, a cada manhã você simplesmente liga o piloto automático e começa a funcionar.

Alguns hábitos são benéficos, outros, prejudiciais. A tendência é termos os dois tipos.

Você tem uma série de hábitos. Talvez não goste de ouvir isso, mas a maioria das coisas que você pensa, diz ou faz vem dos hábitos que você desenvolveu. Os hábitos estão sempre presentes, quer você tenha consciência deles, quer não. Você tende a praticar o que aprendeu e se torna isso.

Tudo aquilo que você faz diversas vezes torna-se um hábito. Você fica bom naquilo que pratica. Porém, nem todos os hábitos nos são úteis e os maus hábitos podem se tornar senhores cruéis que sabotam o nosso bem estar. Fumo, bebida e uso de drogas podem rapidamente se desenvolver em hábitos que arruínam nossa saúde e nosso relacionamento com os outros. Além dos perigos das drogas que geram dependência, existem hábitos bem mais sutis que podem ser tão perniciosos quanto estes para o nosso desenvolvimento em direção ao sucesso.

O hábito do pensamento negativo a nosso respeito e a respeito das nossas oportunidades é tão autodestrutivo quanto o hábito de divagar, em vez de se concentrar no trabalho. O ato de ficar adiando as coisas é um hábito insidioso e autodestrutivo que já arruinou muitas vidas.

Quando um padrão de comportamento se torna um hábito, ele se torna tão familiar que fica parecendo parte de nós, mas, de fato, os hábitos são aprendidos e praticados. Assim, como os aprendemos, podemos esquecê-los. Através da observação de si próprio, você pode se tornar consciente daquilo que lhe faz mal no seu hábito de agir e de pensar. Quando você estiver consciente do hábito que quer modificar, poderá esquecê-lo e substituí-lo por um comportamento automático diferente e mais cuidadoso.

No romance de Júlio Verne, a Ilha Misteriosa, ele conta a história de cinco homens que escapam de uma prisão da guerra civil, utilizando um balão. Ao ascenderem, eles percebem que o vento os estava levando para o oceano. Vendo sua pátria desaparecer no horizonte, eles imaginam quanto tempo o balão ficaria no ar. Com o passar das horas, a superfície do oceano fica cada vez mais próxima e os homens decidem que precisam jogar fora um pouco de peso, pois não têm como aquecer o ar no balão.
Através da observação de si próprio, você pode se tornar consciente daquilo que lhe faz mal no seu hábito de agir e de pensar.

Botas, casacos e armas são descartados com relutância e os tripulantes amedrontados sentem o balão subir. Porém, não passa muito tempo e se encontram perigosamente próximos das ondas novamente. Então, lançam fora a comida. Infelizmente, essa também é uma solução temporária e a embarcação novamente ameaça levar os homens ao mar. Um homem tem uma idéia: amarrar as cordas que seguram a cesta, sentarem-se nelas e livrarem se da cesta. Ao fazerem isso, o balão sobe de novo.

Finalmente, eles avistam terra. Os cinco mergulham na água e nadam em direção à ilha. Eles estão vivos porque souberam discernir a diferença entre o que era realmente necessário e o que não era.

Por que não fazer uma honesta avaliação das coisas que o estão atrapalhando hoje? Como seria sua vida sem elas? Então, com convicção, corrija seu comportamento e seja o senhor dos seus hábitos para que eles possam lhe ser bons servos.

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